Prioridades políticas do Parlamento Europeu para 2023 

 
 

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Com as lições retiradas da pandemia e da recente crise geopolítica e energética, os legisladores centram-se na transição ecológica e digital da Europa para construir uma economia resiliente e reforçar o controlo democrático e os direitos fundamentais.

Saiba mais sobre o trabalho do Parlamento em prioridades comuns definidas juntamente com o Conselho e a Comissão e para as quais se comprometeram a apresentar resultados antes das próximas eleições europeias de 2024.

O Observatório Legislativo do Parlamento é a base de dados central e o instrumento de monitorização a utilizar para obter informações completas sobre todos os trabalhos parlamentares passados e em curso, quer legislativos, quer não legislativos. Disponibiliza uma ferramenta de pesquisa muito reativa para filtrar conteúdos.

Saiba mais sobre as prioridades políticas dos grupos políticos do Parlamento:

Votação final no plenário  
  • O Parlamento declarou uma emergência climática em 2019 e lutou por reduções mais ambiciosas das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) para alcançar a neutralidade climática até 2050, em conformidade com o Acordo de Paris. A Lei Europeia em matéria de Clima (aprovada em 24 de junho de 2021) define como objetivos vinculativos da UE a consecução da neutralidade climática até 2050 e a redução das emissões de GEE em, pelo menos, 55 % até 2030 (em comparação com os níveis de 1990). Proporciona aos cidadãos e às empresas europeus a segurança jurídica e a previsibilidade de que necessitam para planear a transição ecológica.

    Pelo menos 30 % do orçamento da UE apoiará os objetivos climáticos (e 8 % a biodiversidade), sendo uma parte significativa desembolsada coletivamente pela UE através do plano REPowerEU para poupar energia, produzir energia limpa e diversificar o aprovisionamento. Apoia também as famílias vulneráveis, as PME e as microempresas. Além disso, o Parlamento aprovou um Fundo Social para o Clima no valor de 86,7 mil milhões de euros para combater a pobreza energética e de mobilidade, bem como um Fundo para uma Transição Justa de 17,5 mil milhões de euros para as regiões que enfrentam o impacto social e económico da transição climática.

    Alcançar a neutralidade climática até 2050

    A fim de reduzir as emissões de GEE das indústrias, dos transportes (aéreos, marítimos, automóveis) e das famílias, o Parlamento decidiu incentivar a adoção de energias alternativas. Reforçou ainda mais as regras do Sistema de Comércio de Licenças de Emissão da UE (CELE), que consagra o princípio do «poluidor-pagador». Ao fixar um preço para as emissões de gases com efeito de estufa, o CELE faz com que as indústrias invistam em tecnologias respeitadoras do clima.

    As regras de partilha de esforços definem metas de redução para os Estados-Membros em domínios não abrangidos pelo CELE e uma meta mais ambiciosa da UE em matéria de sumidouros de carbono para o setor do uso do solo e das florestas protege as florestas da UE, reforça a biodiversidade e aumenta para 57 % o objetivo de redução dos GEE da UE para 2030.

    O aquecimento e o transporte rodoviário estarão incluídos no CELE até 2027/2028 e as licenças de emissão gratuitas para o setor da aviação serão progressivamente eliminadas até 2026. O Parlamento aprovou o objetivo de emissões nulas de CO2 para novos automóveis de passageiros e veículos comerciais ligeiros em 2035 e reforçou as regras aplicáveis às baterias durante todo o seu ciclo de vida.

    Os eurodeputados desejam igualmente acelerar a implantação das energias renováveis e melhorar a eficiência energética e, em particular, dos edifícios, a fim de reduzir ainda mais a pegada de carbono da UE e a dependência dos combustíveis fósseis russos.

    Evitar a fuga de carbono e a «maquilhagem verde» (greenwashing)

    Um novo Mecanismo de Ajustamento Carbónico Fronteiriço aplicará o preço do carbono da UE ao cimento, ferro e aço, alumínio, adubos, eletricidade e hidrogénio importados. Os eurodeputados estabeleceram condições de concorrência equitativas para proteger as indústrias da UE e impedir a deslocalização da sua produção para o estrangeiro, bem como para incentivar o resto do mundo a intensificar os seus esforços climáticos.

    Diversos produtos que agravam a desflorestação noutras partes do mundo deixam de poder ser importados: gado bovino, cacau, café, óleo de palma, soja, madeira, borracha, carvão vegetal e produtos de papel impresso. Embora nenhum produto seja totalmente proibido, as empresas terão de demonstrar que a sua produção não contribuiu para a desflorestação.

    De um modo mais geral, a comunicação de informações de sustentabilidade torna-se obrigatória para todas as grandes empresas da UE a partir de 2024. Cerca de 50 000 empresas terão de divulgar dados sobre o impacto das suas atividades nas pessoas e no planeta, bem como sobre os riscos de sustentabilidade a que se encontram expostas.

    Ainda não foram acordadas novas regras relativas aos pesticidas, à restauração da natureza e à produção sustentável de alimentos (Estratégia do Prado ao Prato), bem como à qualidade do ar, às emissões industriais e aos resíduos de embalagens.

    ©Mikel Martinez De Osaba/123RF/European Union – EP  
  • A responsabilidade pelos sistemas de saúde é essencialmente uma competência dos Estados‑Membros. No entanto, a pandemia de COVID-19 demonstrou que a UE tem um papel importante a desempenhar na melhoria da saúde pública, na prevenção e gestão das doenças, na minimização das fontes de perigo para a saúde humana e na coordenação das estratégias de saúde entre Estados-Membros.

    O Parlamento Europeu aumentou o financiamento do Programa UE pela Saúde para o período de 2021-2027, de 1,7 mil milhões para 5,1 mil milhões euros, com o objetivo de melhorar a cooperação entre os Estados-Membros e lidar melhor com futuras pandemias e ameaças sanitárias.

    Em fevereiro de 2023, o Parlamento decidiu criar uma nova subcomissão permanente da Saúde Pública, sublinhando o estatuto prioritário do tema.

    Combater a pandemia

    Em junho de 2021, os eurodeputados e os Estados-Membros criaram rapidamente o Certificado Digital COVID da UE, de caráter temporário, para facilitar as viagens e os transportes transfronteiriços seguros dentro e fora da União. O Parlamento concordou em alargar o âmbito de aplicação e melhorar os recursos do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia para responder rapidamente a catástrofes de grande escala. O PE insistiu igualmente no reforço do mandato da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), a fim de reforçar a capacidade de prevenção, preparação e resposta da UE a futuras ameaças transfronteiriças graves para a saúde.

    Os eurodeputados estão atualmente a analisar outros ensinamentos retirados da pandemia, com a Comissão Especial COVI a examinar, entre outros aspetos, o tratamento dado pela UE à pandemia de COVID-19 e as campanhas de vacinação.

    Produtos farmacêuticos, saúde no trabalho, vencer o cancro

    O Parlamento insistiu repetidamente na melhoria da proteção da saúde dos cidadãos nos locais de trabalho e definiu formas de aumentar a autonomia farmacêutica da UE num relatório aprovado no final de 2021. A Comissão deverá apresentar uma revisão da legislação farmacêutica fundamental da UE na primavera de 2023.

    A Comissão Especial do Parlamento sobre a Luta contra o Cancro (BECA) emitiu recomendações para melhorar a cooperação em matéria de prevenção e deteção precoce do cancro, bem como para aproveitar a investigação, a inovação e as novas tecnologias para a prevenção e o tratamento.

    © AdobeStock_Graphicroyalty  
  • Em 2020, a Comissão Europeia propôs um Novo Pacto em matéria de Migração e Asilo para rever e racionalizar os procedimentos de asilo, as condições de acolhimento e as políticas de regresso dos migrantes em toda a UE. Ao mesmo tempo, os legisladores da UE pretendem assegurar o respeito dos direitos humanos e a proteção eficaz das fronteiras da União contra as passagens ilegais e o tráfico de seres humanos. As próximas presidências do Conselho e o Parlamento chegaram a acordo sobre um roteiro para concluir as negociações do pacote de nove propostas até fevereiro de 2024.

    Uma abordagem holística

    Os eurodeputados garantiram que a UE disporá de uma Agência para o Asilo independente e plenamente operacional até 2024, a fim de desenvolver normas operacionais, indicadores, orientações e boas práticas no domínio do asilo. A agência, sediada em Malta, prestará mais assistência operacional aos Estados-Membros que dela necessitem, nomeadamente em situações de crise, bem como em matéria de recolocação e reinstalação.

    Em dezembro de 2022, foram alcançados acordos informais sobre formas de ajudar as pessoas vulneráveis a chegar ao território da UE de forma legal, organizada e segura, com base na reinstalação voluntária num Estado-Membro (Regulamento Quadro de Reinstalação da União) e em melhores condições de acolhimento, a fim de permitir que os requerentes de asilo registados comecem a trabalhar após seis meses.

    Os membros da Comissão das Liberdades Cívicas do Parlamento estão a preparar as negociações com o Conselho sobre o Regulamento Gestão do Asilo e da Migração, o Regulamento Situações de Crise e de Força Maior, o Regulamento Triagem, a alteração do Regulamento Procedimentos de Asilo e a reformulação da Diretiva Regresso.

    Migração laboral

    Em maio de 2021, os eurodeputados apelaram à criação de vias legais para a migração, a fim de reduzir as passagens ilegais das fronteiras e permitir a integração ordenada dos recém-chegados no mercado de trabalho. Numa primeira fase, o Parlamento votou novas regras para que os trabalhadores altamente qualificados se instalem mais facilmente na UE (Cartão Azul). Na sequência das votações em comissão e plenário, o Parlamento está pronto para negociações com o Conselho sobre duas propostas que atualizam a presente diretiva relativa à autorização única de trabalho e de residência e as regras do estatuto de residente de longa duração.

    Frontex sob controlo parlamentar

    O Grupo de Trabalho para o Escrutínio da Frontex foi criado na sequência de uma decisão de investigar alegações de reenvios forçados ilegais, tomada pelos coordenadores da Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos em 29 de janeiro de 2021. O grupo de deputados continua a acompanhar todos os aspetos do funcionamento da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) e a correta aplicação da legislação pertinente da UE, em especial o regulamento relativo à Guarda Europeia de Fronteiras e Costeira.

    © UNHCR Roger Arnold  
  • O Parlamento é uma das primeiras instituições do mundo a solicitar a adoção de legislação sobre questões fundamentais, como a inteligência artificial (IA) e a regulamentação das plataformas online. Os eurodeputados querem que a Europa defenda as mais elevadas normas em matéria de serviços digitais, proteção de dados e cibersegurança, com base nos direitos e valores fundamentais da UE estabelecidos na Declaração Europeia sobre os Direitos e Princípios Digitais.

    Uma abordagem centrada no ser humano

    O Parlamento Europeu tomou posições sobre o estabelecimento de princípios éticos que norteiam a abordagem da UE à transformação digital, bem como sobre a garantia da plena conformidade com os direitos fundamentais, como a proteção de dados, o direito à privacidade, a não discriminação e a igualdade de género, e com princípios como a proteção dos consumidores, a neutralidade tecnológica e da Internet, a fiabilidade e a inclusividade. O Parlamento apelou igualmente ao reforço da proteção dos direitos dos utilizadores online, ao investimento nas competências digitais, ao apoio aos direitos dos trabalhadores, à saúde mental no espaço de trabalho digital e ao direito a desligar.

    Regras relativas aos serviços digitais

    O Regulamento Serviços Digitais (RSD) define normas claras para o modo como as empresas online operam e prestam serviços na UE, garantindo simultaneamente um elevado nível de proteção aos utilizadores. Segundo o princípio orientador de «o que é ilegal offline deve ser ilegal online», as plataformas online têm de tomar rapidamente medidas para remover conteúdos ilegais, combater a desinformação e reforçar os controlos dos comerciantes. Ao abrigo do Regulamento Serviços Digitais, os utilizadores estão mais bem informados e mais bem protegidos contra a manipulação. O regulamento proíbe a publicidade direcionada a menores ou baseada em dados sensíveis.

    O Regulamento Mercados Digitais (RMD) estabelece obrigações para as plataformas online de grande dimensão que atuam como «controladores de acesso» no mercado digital, a fim de assegurar o seu comportamento equitativo. As regras proporcionam aos inovadores e às empresas tecnológicas em fase de arranque (start-ups) novas oportunidades para competir e inovar num ambiente empresarial mais justo. Os consumidores terão mais e melhores serviços à escolha, sem perder o controlo sobre os seus dados. Se os controladores de acesso não cumprirem as regras, podem ser-lhes aplicadas coimas até 10 % do seu volume de negócios global (ou 20 % por incumprimento reiterado).

    Inteligência artificial (IA)

    Durante anos, o Parlamento apelou à criação de um conjunto de regras no domínio da IA que aumentasse a confiança e a segurança das novas tecnologias, que estabelecesse normas éticas elevadas, tirasse partido do seu poder de transformação para o mercado de trabalho e apoiasse a IA produzida na Europa. Várias comissões e uma comissão especial específica (AIDA) deram o seu contributo para a proposta da Comissão relativa ao primeiro quadro jurídico da UE em matéria de IA (Regulamento Inteligência Artificial). A forma final do regulamento está atualmente a ser definida pelo Parlamento e tem de ser acordada com os Estados-Membros no Conselho antes da sua adoção.

    Estratégia Europeia para os Dados

    Os eurodeputados apoiam um quadro de governação de dados interoperável e à escala da UE e uma «sociedade de dados» centrada no ser humano, em que os cidadãos tenham pleno controlo dos seus próprios dados. O acesso a dados de alta qualidade é um fator essencial para a construção de sistemas de IA seguros e de elevado desempenho.

    O Regulamento Governação de Dados (RGD) visa aumentar a confiança na partilha de dados, criar novas regras da UE sobre a neutralidade dos mercados de dados e facilitar a reutilização de determinados dados do setor público.

    O Regulamento Dados, que ainda tem de ser acordado com os Estados-Membros e que complementa o conteúdo do RGD, visa impulsionar a inovação, eliminando os obstáculos que impedem o acesso dos consumidores e das empresas aos dados.

    Cibersegurança

    Em resposta às crescentes ameaças colocadas pela digitalização e ao aumento dos ciberataques, os eurodeputados atualizaram as regras para um elevado nível comum de cibersegurança em toda a União (SRI2), substituindo a primeira legislação em matéria de cibersegurança (SRI) à escala da UE. A SRI2 estabelece requisitos de cibersegurança mais rigorosos, alarga o número de «setores essenciais», simplifica a comunicação de informações e introduz uma aplicação mais rigorosa, incluindo sanções, em toda a UE.

    Os eurodeputados aprovaram também a criação de um centro e rede de competências em cibersegurança da UE e apelaram a normas mais rigorosas da UE em matéria de cibersegurança para dispositivos, aplicações e sistemas operativos conectados.

    O Parlamento também iniciou os trabalhos sobre o Regulamento Ciber-Resiliência, que introduz requisitos de cibersegurança para os dispositivos conectados, para proteger os consumidores e as empresas.

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  • O Parlamento instou a UE a melhorar a sua capacidade de tomar decisões rápidas e eficazes em matéria de política externa, em particular no âmbito da Política Externa e de Segurança Comum, a falar a uma só voz e a agir como um interveniente verdadeiramente mundial em resposta a crises internacionais (resolução).

    Numa resolução sobre a Política Comum de Segurança e Defesa, aprovada em janeiro de 2023, os eurodeputados congratularam-se com as novas iniciativas da UE para reforçar a segurança e a defesa europeias e exortaram os Estados-Membros a continuarem a desenvolver a política e as capacidades de ciberdefesa da UE, bem como a estabelecerem parcerias em matéria de segurança e defesa com parceiros que partilham das mesmas ideias.

    Alargamento

    Em setembro de 2021, o Parlamento aprovou o Instrumento de Assistência de Pré-adesão (IPA III), no valor de 14,2 mil milhões de euros, para apoiar sete países na adoção das reformas necessárias para cumprir as regras e os valores da UE. Nos seus relatórios anuais, o Parlamento avalia continuamente os progressos das reformas democráticas nos países vizinhos que pretendem aderir à UE. Apontando para o reforço da política de alargamento enquanto instrumento geopolítico mais forte da UE, os eurodeputados instaram a UE a ultrapassar o statu quo e a redinamizar o processo de alargamento, tanto entre os Estados-Membros como nos países candidatos.

    Apoio à democracia e atividades no domínio dos direitos humanos

    O Parlamento Europeu sempre demonstrou o seu empenho inabalável nos direitos humanos e na democracia em todo o mundo. Desde 1988, o Prémio Sakharov do Parlamento reconhece pessoas, grupos e organizações que tenham dado um contributo excecional para a defesa da liberdade de pensamento no mundo.

    Os acontecimentos dos últimos anos, como a pandemia e a guerra de agressão russa contra a Ucrânia, colocaram sérios desafios às democracias em todo o mundo. A agressão da Rússia visa não só a Ucrânia, mas também as democracias e os valores democráticos. Durante anos, o Parlamento Europeu apoiou os parlamentos de países parceiros através de uma cultura de iniciativas de diálogo, como o Diálogo Jean Monnet, e do trabalho das delegações do Parlamento.

    Estas delegações são grupos oficiais de eurodeputados que mantêm e aprofundam as relações com os parlamentos de países terceiros, bem como com outras regiões e organizações. Anualmente, o Parlamento Europeu envia também delegações de observação eleitoral de curta duração a países fora da UE, onde a experiência dos eurodeputados enquanto representantes eleitos enriquece a avaliação dos processos eleitorais locais.

    Desenvolvimento

    Em junho de 2021, os eurodeputados aprovaram o novo Fundo Europa Global (Instrumento de Vizinhança, de Cooperação para o Desenvolvimento e de Cooperação Internacional – IVCDCI), que assegura 79,5 mil milhões de euros de financiamento da cooperação externa para apoiar o desenvolvimento sustentável nos países vizinhos da UE, em África, na Ásia, nas Américas, no Pacífico e nas Caraíbas.

    Comércio internacional, acordos de parceria

    O Parlamento apoia parcerias comerciais abrangentes e o multilateralismo assente em regras. A reciprocidade nas relações comerciais é uma pedra angular da legislação recente para garantir uma concorrência leal no mercado único, como as novas regras para evitar o dumping através de subvenções estrangeiras.

    Além disso, os eurodeputados estão atualmente a analisar a tão aguardada proposta de proibir efetivamente no mercado da UE os produtos fabricados com recurso ao trabalho forçado, incluindo o trabalho infantil forçado. As negociações com os Estados-Membros poderão iniciar-se, na melhor das hipóteses, no outono de 2023.

    O Sistema de Preferências Generalizadas (SPG) da UE, que concede aos países em desenvolvimento um acesso preferencial ao mercado da União, e novos instrumentos para proteger as empresas da UE da coerção económica estão a ser negociados com o Conselho.

    A aprovação do Parlamento é obrigatória para a entrada em vigor de qualquer novo acordo da UE com países terceiros em matéria de comércio e investimento (por exemplo, o Acordo de Comércio e Cooperação entre a UE e o Reino Unido). Em fevereiro de 2020, os eurodeputados aprovaram o Acordo de Comércio Livre entre a UE e o Vietname, o primeiro a introduzir condições de sustentabilidade ambiental, social e democrática. Os eurodeputados deverão debater outros acordos comerciais e de investimento, nomeadamente com o Chile e a Nova Zelândia, nas comissões parlamentares e nas sessões plenárias em 2023 ou no início de 2024.

    Georgia 2023 ©AFP photo